
Caminantes - Por los caminos de Santiago de Compostela - por Patrícia Vieira Reis
Desde guria sempre amei viajar.
Botar o pé na estrada, desbravar novos lugares e conviver com as diferenças sempre me fascinaram. Santiago de Compostela foi uma dessas experiências.
Nunca tinha feito planos para realizar “El Camino”, mas a oportunidade surgiu e eu comecei a me preparar.
Procurei saber mais sobre Santiago e seus peregrinos. Trata-se basicamente de uma jornada espiritual a procura de auto conhecimento. São vários os motivos que levam as pessoas para lá. Não tenho dúvida.
Já eu, não tinha nenhuma intenção espiritual ou esotérica. O que me estimulava era a sensação de encontrar um mundo novo e desconhecido. Minha motivação era a aventura, simplesmente. Mochila pronta, pé na estrada! Comecei a peregrinação em Ponferrada (Espanha). Cada dia uma cidade diferente. Fazia uma média de 18 km diários e quando sentia o corpo esgotado, tudo o que eu queria e a simpatia dos moradores fazia daquele trajeto uma alegria para os olhos e aconchego para a alma.
Ia encontrando cada vez mais peregrinos. Eram muitos, vindos de todos os lugares. Eu percebia a mescla de idiomas no ar.
Me chamou atenção um senhor que caminhava só. Um peregrino solitário. Cabeça baixa com seus pensamentos. É... O trajeto é o mesmo, mas cada um traz consigo suas dores, alegrias e procura por suas respostas.
Lembrei de uma plaquinha que volta e meia aparecia na estrada: “ No existe el camino, el camino se hace al caminar.”
E segui, dia após dia, driblando o cansaço, pernas doídas e bolhas nos pés, mas tomada por uma energia incrível.
Foram vinte dias caminhando no sol, chuva, frio e calor, até q cheguei em Santiago de Compostela, envolvida por uma emoção indescritível. Eu consegui!!!
Todo esforço tem sua recompensa. Desistir é bobagem. Seguir em frente e superar as diculdades é superar a si mesmo. Esse é o barato da vida!! Fiquei por lá mais dois dias, com meus pensamentos. Introspectiva...
Gracias, Santiago de Compostela.
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Mais info www.usinadacultura.com
• Publicado na Revista Usina da Cultura - número 32 - Janeiro de 2016